Rachel Biderman (Diretora Executiva do WRI), Marcelo Brito (Presidente da ABAG) e Ingo Insernhagen (PhD em Restauração Ecológica, e pesquisador da EMBRAPA), membros do Conselho Consultivo da Black Jaguar, contribuíram com uma perspectiva única e com uma boa dose de esperança para os desafios que circundam a restauração ecológica no Brasil.
Rachel Biderman
Rachel falou sobre sua experiência em restauração ecológica no WRI (World Resources Institute), ressaltando a importância do ganho econômico para o proprietário rural. Segundo ela, essa seria a única maneira de ter sucesso na restauração de grande escala, que é inclusive o trabalho da BJF. É necessário gerar benefícios para as comunidades locais, além de produtos sustentáveis a fim de manter a floresta restaurada. Além de tudo isso, para um projeto dessa magnitude, no qual a BJF está envolvida, é preciso um grande investimento em pesquisa e desenvolvimento. Ela também afirmou que existe uma base extensa de conhecimento que está sendo edificado através da sociedade civil brasileira em conjunto com diferentes organizações, universidades, pactos regionais e com o setor privado para contribuir com a concretização dessa enorme tarefa.
Ingo Isernhagen
Ingo destacou que a BJF foi fundada com uma proposta muito objetiva e profissional. Reconhece também a necessidade de investir em pesquisa científica, necessária na prática em campo. Ele explicou o desafio que é restaurar os diferentes tipos de Cerrado, e como as técnicas devem ser aprimoradas anualmente para obter a melhor restauração possível.
Além disso, também existe uma variedade de perfil de proprietários rurais, e cada qual com uma necessidade específica (ecológica e econômica) – e para cada um deve ser utilizada uma abordagem customizada. Isso leva para a necessidade de conduzir uma análise aprofundada de cada lugar a ser restaurado. Por fim, é vital para a restauração manter a tecnologia atualizada conjugada com o treinamento do time local e a melhor fonte de sementes.
Marcello Brito
Marcello explicou que o tema da restauração era até poucos anos um tópico secundário aos proprietários rurais. Hoje o cenário é outro, porém, ainda é necessária que a informação seja mais acessível à esses produtores rurais – inclusive sobre os benefícios obtidos com a restauração ecológica, como por exemplo a redução da necessidade de químicos, e o aumento da polinização.
Ele também argumentou que muitas pessoas não tem acesso à economia formal, e para estes indivíduos é muito difícil se tornarem “formais” perante à lei por falta de recursos e conhecimento disponíveis. Na lei brasileira tudo acontece tão devagar que muitos proprietários rurais não conseguem respeitar o código florestal. Um fator crucial que Brito vê no trabalho da BJF é tornar acessível esses recursos e o conhecimento de base para os proprietários de terra.
Estamos muito gratos a todos os que participaram, ajudaram a explorar um tópico que tem o potencial de mudar a paisagem ambiental no Brasil, e além.