Erivelto Carvalho, nosso encarregado de campo, conta como a BJF trouxe novas perspectivas à sua vida profissional

Sem experiência profissional voltada às atividades de restauração, mas tendo crescido em uma pequena fazenda – onde 80% do território é coberto por vegetação nativa e preservada – Erivelto Carvalho começou a trabalhar com a Black Jaguar Foundation ainda na temporada de plantio 2019/2020. E o que era para ser um trabalho temporário se tornou uma completa mudança de vida.

Inicialmente, ele foi contratado para trabalhar na Fazenda Santa Fé pelo período de 10 dias. No entanto, por conta de imprevistos, o plantio só foi finalizado após três meses. Já próximo do fim da temporada, Erivelto soube que três colaboradores de sua equipe seriam selecionados pela Fazenda para cuidar da manutenção do campo ao longo de todo ano.

Após ser um dos selecionados, Erivelto passou 11 meses trabalhando na Fazenda Santa Fé exclusivamente nas atividades de restauração ecológica realizada pela Black Jaguar Foundation.

“Durante esse tempo, fui adquirindo conhecimento, sempre observando e perguntando”, explica.

Tanta dedicação e esforço, é claro, trouxeram resultados. Ao longo desse período, Carlos Eduardo e Dimitrio, nossos coordenadores de Campo e de Projetos respectivamente, observaram o excelente trabalho realizado por Erivelto e, em maio de 2021, o convidaram para integrar oficialmente o time da BJF, como Encarregado de Campo!

Atualmente, Erivelto é responsável por liderar equipes que vão a campo realizar o trabalho de restauração.  Para isso, é necessário garantir questões voltadas à segurança – como a correta utilização de EPIs – e treinar os colaboradores em cada etapa do processo.

“Inicialmente, deve-se ensinar sobre a limpeza da área e a preparação do solo. Nesta etapa, ainda não se sabe como é feito o plantio das sementes. Por fim, ainda tem a manutenção, que é um ritmo completamente diferente, menos acelerado e mais cuidadoso na identificação das espécies”, explica.

De acordo com Erivelto, o treinamento é um processo que leva um ano e precisa ser realizado em campo, para que todos aprendam da maneira correta.

Neste último ano, além das suas atividades diárias como Encarregado de Campo, Erivelto também se dedicou a aprender e contribuir para outros projetos desenvolvidos pela Black Jaguar Foundation.

O primeiro deles foi nosso viveiro temporário, que também está localizado na Fazenda Santa Fé. Sempre que possível, Erivelto se disponibiliza a ajudar Norivânia e Sebastião, nossa competente equipe responsável por cuidar das mudas de nosso viveiro. Lá, aprendeu como preparar as mudas, o período de desenvolvimento de cada espécie, entre outros ensinamentos.

Em seguida, foi a vez da coleta de sementes! Já com bastante conhecimento acumulado ao longo dos meses trabalhando com a Black Jaguar Foundation, Erivelto estudou ainda mais sobre as espécies da região, os períodos de coleta e pôde contribuir imensamente para esse nosso projeto.

Não à toa, sua proatividade tornou possível doações à BJF de sementes de diversas espécies nativas, como o jequitibá vermelho, ingá, murici, jacarandá, jatobá, cajá, ipê amarelo, entre outras.

Entre as expectativas de Erivelto para o futuro, está a de seguir trabalhando conosco por muitos anos na realização do Corredor de Biodiversidade do Araguaia, sempre com muita dedicação e executando da melhor forma possível.

“Minha vida financeira muito bastante depois que eu comecei a trabalhar com a Black Jaguar. Estou mais centrado, mais focado”, explica.

E não foi só a vida de Erivelto que mudou, mas a de toda a família – seus três filhos, sua esposa e seus dois enteados. Hoje, todos acompanham e apoiam o Corredor de Biodiversidade do Araguaia e tem até quem queira, depois de finalizados os estudos, fazer parte de nosso projeto!

“Eu tenho uma cunhada que faz faculdade de Agronomia e sonha em trabalhar na Black Jaguar”, conta Erivelto.

Essas histórias nos deixam muito felizes porque nosso objetivo sempre foi desenvolver a região, gerar uma nova demanda de empregos e absorver esses talentos locais nesse que é dos maiores projetos de restauração ecológica do mundo.

Nascido em Pedreiras, no Maranhão, Erivelto chegou ao Pará por volta dos 17 anos de idade e logo foi morar, junto de seus pais e irmãos, em uma pequena fazenda, um projeto de assentamento do INCRA, localizada em Santana do Araguaia. Lá, aprendeu na prática como funcionava a criação de gado leiteiro, aves e suínos, a produção de queijos e leites, a plantação de milho e outras verduras.

“A gente já nasceu plantando”, brinca ao contar sua história.