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Artigo: restauração ecológica em ecossistemas florestais e não-florestais

By 25. abril 2023maio 10th, 2023News Home
A imagem acima mostra a preparação do solo em uma de nossas áreas a serem restauradas

Após receber várias perguntas sobre o assunto, nosso Coordenador de Projetos, Dimitrio Schievenin, escreveu um artigo para a Black Jaguar Foundation sobre como a restauração ecológica de florestas é diferente da restauração de ecossistemas não-florestais. Dimitrio é engenheiro florestal pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e mestre em ciência florestal pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Temos orgulho de tê-lo coordenando, organizando e implementando a restauração ecológica ao longo do Corredor!

É comum associar-se a prática da restauração ecológica ao plantio de árvores nativas. Contudo, nem todos os ecossistemas naturais são florestas ou sequer possuem o elemento arbóreo em sua composição. Por isso, qualquer iniciativa de restauração ecológica deve levar em consideração a composição e a estrutura do ecossistema original no planejamento e na implementação dos projetos. 

Mapa ilustrativo do Corredor de Biodiversidade do Araguaia

O chamado “cerrado típico” (cerrado strictu-sensu) é uma composição de árvores baixas e retorcidas, espaçadas a ponto de não serem capazes de formar dossel contínuo, arbustos e gramíneas nativas. Existem também as fisionomias campestres, onde por vezes não há árvore alguma.  

Todas estas fisionomias não florestais nativas desempenham papel importantíssimo em serviços ecossistêmicos, especialmente no reabastecimento dos lençóis freáticos, além de possuírem enorme biodiversidade.  

Dessa forma, quando há necessidade de restaurar um ecossistema que originalmente não era florestal, plantar árvores pode não ser a melhor estratégia, já que modifica o ambiente e prejudica os serviços ecossistêmicos e a fauna dependentes das características de fisionomias abertas. Nestes casos, a reintrodução das gramíneas nativas e dos arbustos, bem como o controle dos capins exóticos invasores é o que poderá de fato auxiliar na recuperação do ecossistema. 

Embora os esforços da Black Jaguar Foundation, até o momento, tenham se concentrado na porção central e norte do Corredor de Biodiversidade do Araguaia, que possuía majoritariamente florestas, quando houver necessidade de restauração de fisionomias savânicas e campestres, não serão poupados esforços para empregar as melhores práticas, sempre levando em consideração a vegetação pregressa, de forma a maximizar os ganhos ecológicos. 

Gostaria de contribuir para a realização de um dos maiores corredores de biodiversidade na Terra? Faça parte dos primeiros 600 apoiadores do Corredor de Biodiversidade do Araguaia AQUI.